Conhecer qual deusa é predominante em você certamente é uma eficaz ferramenta para quem busca o autoconhecimento. As deusas nada mais são do que a representação de arquétipos. Não há nada de místico ou mágico. É psicologia.
Neste post falaremos da mulher tipo Ártemis.
Segundo a psiquiatra Jean Shinoda Bolen há muitas deusas em uma mulher, geralmente uma predomina e essa predominância depende de vários fatores, inclusive do estágio da vida em que a mulher se encontra.
No entanto, pode ser que num determinado momento da trajetória de uma mulher mais de uma deusa esteja no comando, provocando ações e reações muitas vezes dúbias ou até contraditórias. Quanto mais complicada e confusa for uma mulher, mais forte é o indício de que muitas deusas estejam atuando simultaneamente nela.
Nos concentrando em Ártemis deusa mitologia grega ou Diana, como era conhecida entre os romanos, podemos defini-la como sendo de espírito livre, vivendo na natureza cercada por animais. Ártemis é conhecida como a deusa da caça e da lua.
Comportamento da mulher que tem Ártemis como deusa dominante.
Enquanto deusa, Ártemis representa o espírito livre e independente. Enquanto arquétipo, ela possibilita a uma mulher viver sua vida e traçar os seu objetivos da maneira que melhor lhe convier.
A mulher do tipo Ártemis sabe cuidar de si mesma, age por conta própria com autoconfiança. Com toda a certeza ela não precisa de um homem lhe dizendo o que pode ou não fazer.
O arquétipo de Ártemis dá as mulheres a capacidade de se concentrarem intensamente naquilo que lhes é importante, sem que se desviem do objetivo proposto. Mesmo que para isso seja preciso ignorar as necessidades dos outros, o que pode lhe trazer uma certa fama de egoísta.
Estas características fazem das mulheres Ártemis grandes realizadoras de suas metas.
A criança Ártemis
Quando a filha do tipo Ártemis tem pais não convencionais, ou seja, aqueles que se dividem na educação e no cuidados dos filhos. Pais que arcam igualmente com as despesas da casa e afazeres domésticos, tendo cada um sua própria carreira e independência financeira; essa criança, se espelha num modelo que lhe permite se desenvolver sem amarras. Ao crescer, a criança Ártemis não considera que suas qualidades sejam incompatíveis com a maternidade ou relacionamentos.
Entretanto, quando a criança Ártemis tem pais que não aceitam seu jeito independente, quando estes demonstram claramente desejar uma menina meiga, delicada, cheia de lacinhos e babados, para exibir aos amigos, ela se magoa. Muito embora externamente reaja com veemência. Com o tempo, o excesso de críticas ou a demonstração de desapontamento fazem com que essa criança tenha sua auto-estima e autoconfiança abalados.Vindo a se tornar uma mulher insegura e sem encaixe na sociedade.
É comum muitas filhas Ártemis terem pouco respeito por suas mães submissas no casamento e fracas em suas vontades e, ao rejeitar a identificação com a mãe, elas rejeitam também os aspectos do feminino: suavidade, receptividade, casamento e maternidade.
Adolescência e Juventude.
A jovem Ártemis é uma competidora natural. Ela pode ser tornar uma atleta ou uma escoteira, dormindo fora, escalando montanhas e cortando lenha para a fogueira.
Seus lemas são,: não me prenda e não mande em mim. Portanto, independência e uma certa rebeldia são traços marcantes na personalidade da adolescente Ártemis.
Casamento e filhos da mulher tipo Ártemis.
O casamento é um ideal distante da mulher Ártemis. Decididamente, viver sossegadamente ao lado de um homem não lhe proporciona grande atração.
Mesmo que o sexo e os relacionamentos não sejam prioridade para a mulher Ártemis, ela pode ter, ao longo da vida, muitos companheiros sem necessariamente casar-se com nenhum deles, preferindo permanecer solteira.
Quando se casa, seu marido é normalmente um colega de classe ou de trabalho e seu casamento tem um caráter de igualdade. Nos dias atuais, é bastante provável que ela não mude seu nome para o dele, preferindo permanecer com o seu de solteira.
No que se refere a maternidade, a mulher do tipo Ártemis não sente atração instintiva para ser mãe, ainda que goste de crianças.
Estar grávida e amamentar certamente não a realizará. Aliás, as mulheres Ártemis sentem-se perfeitamente à vontade não gerando filhos.
Quando mães, são do tipo que encorajam seus filhos à independência. Não são do tipo que sentem saudades de quando suas crianças eram bebes, ao contrário, ela olha para frente para quando elas forem independentes.
Os meninos e meninas ativos, que gostam de explorar e são competitivos encontram na mãe Ártemis uma companheira de diversão. No entanto, é motivo de preocupação quando a criança é dependente e passiva.
Assim ao tentar, cedo demais encorajar a independência, a mãe pode produzir uma situação contrária, aumentando o apego. A criança, por sua vez, tende a sentir-se rejeitada e não tão boa para alcançar os padrões de sua mãe.
Meia idade e velhice da mulher tipo Ártemis.
Na meia idade, a mulher Ártemis pode ter mais a ver com a Deusa da Lua do que com a Deusa da caça. Isso porque a menopausa pode levá-la a uma fase mais reflexiva e interiorizada.
Ela pode estar mais propensa a se confrontar com os seus fantasmas do passado, revelando seus sentimentos ou anseios há muito ignorados. É provável que as mulheres do tipo Ártemis, quando mais velhas se aventurem por caminhos mais profundos da psiquê ou mais espiritualizados.
É muito comum que as características da mulher do tipo Ártemis persistam até a sua velhice. Ela se recusa a sossegar, o seu corpo ou a sua mente e, às vezes ambos, estão sempre em movimento. Seu caráter juvenil garante sobretudo afinidade com os mais jovens, o que a deixa, desse modo, longe dos sentimentos da velhice.
Caminhos para o crescimento
Para desenvolver-se além de Ártemis, a mulher deve cultivar seu potencial menos consciente, mais receptivo e orientado para o relacionamento. Precisa tornar-se vulnerável, aprender a amar e interessar-se profundamente por outra pessoa. Seja através de um relacionamento amoroso, seja tendo um filho.
Seja como for, essa evolução ocorrerá somente depois que a mulher tipo Ártemis tiver “se esgotado”, ou seja, depois que ela tiver objetivado uma porção de metas e as tiver alcançado ou fracassado, após a emoção da caça, da corrida, ou quando a busca perdeu o encantamento.
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Referência: As Deusas e a mulher. Nova psicologia das mulheres.