Dançarina da dança do ventre em movimento

Dançar liberta a sua feminilidade.

Dançar, para as mulheres, é mais do que movimentar o corpo seguindo uma música e ritmo determinados. A dança representa para a mulher o acesso a um portal que a levará ao reencontro com sua essência feminina, capaz de libertar um poder há muito tempo adormecido, subjugado pelos padrões sociais que valorizam o masculino.

Não me refiro aqui a dança de salão ou a dança clássica, que embora tenham seus valores, carregam consigo padrões que valorizam a perfeição do movimento, a competição ou a simples recreação. Não é este o ponto, falo aqui da dança ancestral, aquela dançada por mulheres há milênios e que nos remete aos rituais sagrados. Dançar - Dança Circular praticada por mulheresA um período da história onde as mulheres eram cultuadas por sua capacidade de gerar a vida, compreender os ciclos da natureza, extrair da terra o alimento e a cura, estabelecer a conexão entre o material e o espiritual.

A Dança Cigana, a Dança Circular em todas as suas variações e nacionalidades e a Dança Oriental, são modalidades de dança ancestral. É sobre a Dança Oriental é que vou discorrer aqui.

Dança Oriental ou Dança do Ventre

Algumas Informações:

Quando Surgiu?  – Por volta de 7.000 a 5.000 antes de Cristo, quando surgiram as primeiras culturas sedentárias, que seguiam o modelo matriarcal.

Onde Surgiu? –  Não se sabe ao certo, porém a teoria mais aceita pelos estudiosos é que ela surgiu no Antigo Egito.

Como era Dançada? –  Na forma de rituais, em templos ou em meio à natureza, nas clareiras ou no cume dos morros. Devido ao seu caráter religioso em louvor à Grande Deusa Mãe, não havia apresentações públicas. Era praticada por mulheres com os ventres nus que utilizavam movimentos ondulatórios e rítmicos de quadril e ventre para simbolizar a fertilidade dos campos e do útero, assim como os ciclos da vida. Dançavam voltadas para o leste, onde nasce o Sol, de onde acreditavam receber as energias e o poder da natureza. Por isso o nome Dança do Oriente ou Dança Oriental. Somente quando Napoleão Bonaparte invadiu o Egito, por volta de 1798, é que passou a se chamar Dança do Ventre.

Como a Dança do Ventre pode Ajudar a Mulher Contemporânea? – Por ser uma dança genuinamente feminina, ela proporciona um mergulho na ancestralidade das mulheres e de seus arquétipos.  Mesmo tendo sido desvirtuada dos seus propósitos ao longo dos séculos e colocada à serviço do prazer masculino, a dança conserva até hoje os seus princípios originais, evidenciados na energia com que é dançada e nos movimentos de vibração e ondulação que nos remete ao poder de criação, à vida e a fertilidade. A prática favorece a dançarina na descoberta de sua essência feminina e na expressão de suas deusas interiores. Além de trazer uma série de benefícios para o corpo e para a mente. A boa notícia é que não há restrição de idade ou peso para se praticar a dança. Qualquer mulher pode começar agora a dançar e se preparar para o encontro com o Sagrado Feminino.

Assista a belíssima apresentação da bailarina polonesa Jasirah, que com seus gestuais nos remete a imagem de uma poderosa sacerdotisa.