A mulher sábia surge por volta dos cinquentas anos e, se antes essa idade era motivo de desalento perante a vida. Hoje, ao contrário, é motivo para celebrar.
Embora, num primeiro momento, possa parecer um tanto óbvio, esta fase não está diretamente relacionada à menopausa. Tem mais a ver, em princípio, com um novo ritmo de vida, ou seja, com os compromissos dos quais a mulher já se livrou.
A saber, são três as fases de toda mulher: donzela, mãe e anciã. São estágios da vida da mulher, independente se ela procriou ou não.
Primordialmente o movimento para grande parte das mulheres se dá na fase donzela, É quando ela troca de emprego, arrisca novos projetos, experimenta relacionamentos, tudo sem muito compromisso.
A segunda fase, a fase mãe, é quando a mulher assume compromissos, contudo isso não implica obrigatoriamente ter filhos. Pode ser o compromisso com uma pessoa, uma carreira, uma causa, um talento ou, até mesmo a maternidade.
A entrada na fase mulher sábia ou anciã é dada quando efetivamente há uma mudança de marcha na vida da mulher. Normalmente, mas não necessariamente, acontece na menopausa. Os filhos partem, a aposentadoria chega, o ritmo diminui.
Analogamente estas fases também podem ser chamadas de mulher jovem – mulher madura – mulher sábia.
De acordo com a analista junguiana doutora Jean Shinoda Bolen, em seu livro As Deusas e a Mulher Madura, existem específicos arquétipos femininos que se manifestam na terceira fase da vida da mulher, quando ela pode expressar sua sabedoria, sua compaixão, sua alegria e sua autenticidade.
A autora usa os mitos de várias deusas de diferentes culturas para ilustrar as qualidades e os desafios dessa etapa, bem como revisita as deusas gregas que analisou em seu livro anterior, As Deusas e a Mulher, para mostrar como elas envelhecem.
Em busca da mulher sábia.
O livro é dividido em quatro partes: Seu nome é sabedoria, Ela é mais… do que sabedoria, A deusa envelhece: revisitando as deusas e a mulher e O arquétipo do círculo.
Seu nome é sabedoria – Nesta primeira parte a autora descreve os quatro tipos de sabedoria usando uma deusa e seus mitos como metáfora:
Métis e a sabedoria intelectual
Sofia e a sabedoria mística e espiritual
Hécate e a sabedoria intuitiva
Héstia e a sabedoria contemplativa
Ela é mais… do que sabedoria – Na segunda parte a autora fala de outras qualidades que a mulher que quer ir em busca da “sua Velha Sábia” pode desenvolver, usando deusas de outras mitologias como símbolo:
A ira transformadora: Sekhmet e Kali
O riso curador: Uzume e Baubo
A compaixão: Kuan Yin e Maria
A deusa envelhece: revisitando as deusas e a mulher – Nesta terceira parte, como o próprio título diz, a autora revisita as sete deusas que retratou no livro escrito em 1984 e descreve o processo de entrar na fase de mulher sábia para os diferentes arquétipos.
Ela é um círculo – A quarta e última parte do livro aborda o movimento do círculo de mulheres e a mudança do mundo.
Enfim, o livro As Deusas e a Mulher Madura é uma fonte de conhecimento do profundo feminino, de informação sobre mitos e símbolos e espiritualidade.
É um livro que busca sobretudo inspirar as mulheres a se conectarem com sua essência feminina e a se tornarem velhas sábias.
Especialmente indicado para mulheres que vêm o processo de envelhecimento com muito temor, como uma fase focada só em perdas, como algo que , apesar de inevitável, deve ser postergado até limites insanos.
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