O que você fez esse ano? Fiz o que deu!
Pra mim essa foi a resposta mais libertadora que eu ouvi em toda a minha vida.
Para pessoas que, assim como eu, se cobram em demasia. Pessoas obstinadas que mal entra dezembro já começam fazer o balanço do ano e correm para tentar salvar um mínimo das metas que foram estipuladas em janeiro. Para pessoas assim, conseguir repetir com convicção fiz o que deu, é como tirar uma geladeira das costas. Um alívio, com toda certeza.
Viver a vida com mais leveza
Uma de minhas metas para este ano era conseguir viver a vida com mais leveza e suavidade. No entanto, várias vezes me peguei repetindo antigos padrões, sendo intransigente, metódica e perfeccionista. Em suma, uma chata.
Não é fácil mudar o jeito de ser e agir, ou, como está na moda, ressignificar. Mas, não se pode desistir.
É engraçado como as coisas que teimamos tanto para que saiam do nosso jeito, simplesmente perdem a importância quando sacudimos os ombros e dizemos: tanto faz.
Sob o mesmo ponto de vista, concluo que o tanto faz tem o mesmo poder do fiz o que deu. Um nos liberta do apego aos pequenos poderes o outro nos lembra de nossas limitações.
Falando assim parece que defendo a frouxidão da vontade e a falta de personalidade. Não se trata disso, ao contrário, é preciso sabedoria para recuar e amor para relevar. Caso contrário a corda arrebenta.
Para o ano que vem vou traçar novos objetivos. Com toda a certeza vou me empenhar para atingir todos eles, mas eu sei que nem sempre as coisas vão sair como eu quero, o câncer me ensinou isso. Nestes momentos, vou dizer: Ah! Tanto faz.
E então, quando dezembro chegar, com todo amor, eu vou me abraçar, afagar os meus cabelos, relaxar os músculos da face, do pescoço e dos ombros e dizer pra mim mesma: eu fiz o que deu.
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https://www.personare.com.br/que-tal-viver-momento-a-momento-m1201