Mulher com expressão pensativa

Quando é melhor se calar, o que fazer com as palavras não ditas?

Quando você conclui que é melhor se calar, muitas coisas podem acontecer.

Você pode, por exemplo, evitar uma discussão inútil. Você pode ainda deixar de dizer algo que poderá vir a se arrepender no futuro. Quando você se cala dá um tempo para a raiva passar e só então dizer a coisa certa.

Você se cala porque sinceramente acha que não vale a pena discutir com quem não ouve ou não quer entender. Você se cala porque já não tem mais paciência para voltar sempre ao mesmo assunto.

Você se cala muito provavelmente para ser aceita pelas outras pessoas. Você se cala porque, apesar da sua idade e da sua experiência, ainda precisa da aprovação do outros.

Analisando sob estes pontos de vista, se calar parece ser bom, mas não é. Mesmo que pareça ser o mais inteligente a se fazer, as palavras não ditas ficam armazenadas no fundo da nossa alma, vão se avolumando, fermentando e criando nódoas. Com o passar do tempo, estas nódoas vão corroendo a nossa alegria, apagando a nossa luz. nos deixando sombrias, amargas, irônicas… e então, adoecemos.

Mas o que fazer quando se calar parece ser a melhor solução?

Talvez seja preciso aprender a dizer o que sentimos com imparcialidade, sem ofensas, sem brigas, sem vitimização. Expor os fatos com calma e sinceridade, com total controle das emoções. Dizer com clareza o que nos ofendeu ou magoou.

Isso costuma funcionar se o/a interlocutor/a tiver a maturidade necessária para uma conversa franca. Mas, pode ser que ele ou ela não tenha essa maturidade e fique na defensiva, ofendendo para se defender. Neste caso, talvez o melhor a se fazer seja não dizer nada mesmo. E aí? O que fazer com o sapo que ficou entalado? Engolir em seco? Não é uma boa ideia.

O sapo indigesto vai ter que ser cuspido, de uma forma ou de outra. Se falar diretamente com o/a responsável não for possível, existem outras formas que também são eficientes.

Coloque tudo para fora.

Escreva: pode ser num diário, num saco de pão, numa folha de caderno, em qualquer lugar que aceite seus sentimentos sem críticas ou julgamento. Coloque tudo no papel, seja totalmente honesta, ninguém mais vai ler. Imediatamente, jogue esse papel fora. Nada de ficar lendo, relendo e remoendo. Queime, rasgue, dissolva na água, faça o que a sua intuição mandar.

Fale: com uma amiga, com um padre, com sua irmã, com sua mãe. Fale, coloque para fora. Sem tom de fofoca, sem induzir ao pré-julgamento, sem se vitimizar. Apenas fale, desabafe.

Reze: para o seu anjo da guarda, para o seu santo de devoção, para o seu orixá, para o seu Deus. Converse sinceramente, diga tudo o que vai no seu coração, de preferência em voz alta. Fale tudo até se sentir leve. Faxine a sua alma, antes que crie lodo.

Grite sozinha a plenos pulmões. Feche as janelas do carro e grite, grite e grite. Aproveite enquanto o semáforo não abre. Se não tiver carro, não vai dar para gritar no ônibus, no metrô ou em cima de uma bicicleta. Pode ficar estranho. Dessa forma, você vai precisar esperar para ficar sozinha em casa. Feche as portas e janelas e grite com toda a força e se quiser, também sapateie. Ponha para fora tudo o que está entalado.

Enfim, a mensagem é: não se cale e não engula nada enrolado e em silêncio. As palavras não ditas bloqueiam seu fluxo de energia, fragilizam seus pulmões, baixam sua imunidade e viram doenças graves. Se cuide. Se ame.

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