Relacionamento tóxico – você vive um?

Todo relacionamento tóxico no início se confunde com excesso de atenção, de zelo e algumas mulheres até acham bonitinho. Tem mulher que pensa que é ciúmes do companheiro e que ele age assim porque gosta muito dela e teme perdê-la.

De fato, a coisa começa bem leve. Primeiro, vem um comentário sobre a roupa, seguido de um ar de desaprovação.

Você não acha que a sua roupa está muito decotada/justa/curta?

Nas primeiras vezes que isso acontece é até comum que a mulher opte por simplesmente trocar de roupa. Afinal é melhor satisfazê-lo do que estragar o programa por causa de uma “bobagem”.

Neste momento, o parceiro com perfil controlador percebe que tem uma ascendência sobre a companheira. O perigo é que ele comece a sentir prazer em dominar.

É claro que às vezes a roupa não caiu bem mesmo e o comentário não tem o intuito de denegrir, desrespeitar ou dominar. É apenas uma opinião. Por isso é preciso estar atenta para não confundir as coisas.

Mas, voltando ao caso do dominador, a crítica que parecia ser ciúmes, tende a evoluir para a humilhação explicita:

Você não vê que está gorda! Esse vestido só fica bem em quem é magra. Tá parecendo um colchão amarrado no meio.

Se neste estágio a mulher não tiver uma reação firme e indignada, o companheiro, sentindo-se seguro de que está diante de uma presa fácil, começa a proibir:

— Ou você troca de roupa ou você não sai de casa.

As etapas da dominação

A interferência na forma de se vestir é apenas uma etapa de todo o processo de dominação, às vezes, a de menor importância.

Neste tipo de relação é bastante comum comentários que põem em dúvida a capacidade intelectual da mulher ou o seu discernimento para emitir opiniões sobre determinados assuntos.

Ainda tem aqueles que transformam a mulher numa serviçal. Exigindo tudo na mão e se recusando a dar a sua parcela de contribuição.

Muitas vezes o constrangimento é público, tudo com o propósito de cada vez mais diminuir a autoestima da companheira.

A coisa começa devagar, o comportamento machista, a dominação e as proibições não acontecem do dia para a noite. É gradativo, quando a mulher se dá conta pode ser que vários anos já tenham se passado e então, extremamente fragilizada, ela não consegue mais reagir e se torna prisioneira de uma situação.

Às vezes esta prisão é no sentido literal da palavra, para evitar brigas e violências verbais e até físicas, muitas mulheres não saem mais de casa e se afastam da família e dos amigos.

O que fazer se você está num relacionamento tóxico?

Primeiramente, se determinadas ocorrências se tornam corriqueiras não receie em dizer claramente que você não aceita tal situação. Não tenha medo de com isso perder o companheiro. Se ele quiser ir, que vá.

Se abra com uma amiga ou com um familiar, conte o que a está incomodando na relação com o seu companheiro, pergunte a opinião dela. Na maioria das vezes as pessoas próximas percebem quando algo está errado, no entanto, o medo de estar interferindo normalmente as impedem de tomar a iniciativa.

Se questione sempre do porquê se submete a situações e imposições que lhe fazem mal. Não tenha medo de ir fundo nos questionamentos. Os motivos podem ser muitos, por exemplo, carência, insegurança, baixa autoestima, medo de ficar sozinha… Se não se sentir forte o suficiente, procure ajuda profissional.

Uma coisa é certa: se você não mudar, nada vai mudar. Não se iluda, pessoas dominadoras não largam suas presas facilmente. A imposição pode se dar através da manipulação sentimental ou através da violência. É preciso ser forte para reverter um relacionamento tóxico.

Por isso, mais fácil ficar sair quando se toma providências logo no início.

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