No que diz respeito à Terapia do Renascimento, posso afirmar que ela veio ao meu encontro no início dos anos 1990.
Eu tinha acabado de perder a minha mãe para um câncer.
Aos 30 e poucos anos eu vivia sobrecarregada pelas responsabilidades de um casamento, um filho pequeno, um trabalho. Além de uma mãe viúva e dependente financeira e emocionalmente, assim como três irmãos bem mais jovens.
O último ano de vida de minha mãe foi especialmente difícil, quem já acompanhou um ente amado em estágio terminal de câncer, sabe do que estou falando. Depois que ela se foi, meu senso de responsabilidade para com meus irmãos, só aumentou.
Mas, eu sempre fui do tipo “deixa comigo” e, muito embora vivesse cansada, não tinha muita noção do meu estado real. Apenas ia tocando a vida e resolvendo as coisas aqui e ali.
Eis que fui apresentada à Terapia do Renascimento no momento em que a empresa que eu trabalhava passava por uma profunda reestruturação organizacional. Para direcionar o projeto eles tinham contratado uma terapeuta meio holística, meio esotérica, como era comum nos anos 1990, o auge da Nova Era.
Em meio a tantas reviravoltas no ambiente corporativo, eu fui convidada a fazer parte de um grupo que passaria pela experiência do Renascimento. Aceitei, sem ter a menor ideia do que se tratava.
Na primeira sessão, eu já entendi que não era a super-mulher que eu achava que era, pelo contrário, eu precisava de ajuda.
Como a Terapia do Renascimento funciona.
Resumindo e simplificando, é por intermédio da respiração que o processo terapêutico age. Ao se respirar de forma continua e circular hiper oxigenamos o cérebro, permitindo que se estabeleça um ponte entre o consciente e o subconsciente. Da mesma forma, essa respiração faz a energia circular com força pelos centros energéticos do corpo, os chakras, eliminando os nós causados pela tensão constante. No final do texto deixo dois links para quem se interessar em saber mais.
Enfim, voltando à minha experiência. Cheguei para a sessão sem saber nada do que iria acontecer. Fui orientada a me deitar no chão, sobre um tapetinho, relaxar e começar a respirar de acordo com as instruções da terapeuta, ou seja, de forma rápida e curta.
A princípio, nada aconteceu. Entretanto, passados uns quinze minutos, não sei precisar exatamente quando comecei a sentir dores por todo o corpo. Mais do que isso, meus braços e minhas pernas se contorciam sem que eu tivesse qualquer controle sobre eles, minhas mãos se entortavam.
Aos poucos essa sensação dolorosa foi passando até cessar completamente. Mas, em seguida, eu comecei a sentir uma pressão muito forte no meu peito, como se alguém estivesse pisando em mim, ao mesmo tempo que pela minha cabeça passava um filme de todo o processo da doença da minha mãe até a sua morte. Um choro descontrolado e represado brotou do meu peito, de soluçar, mesmo. Com o apoio da terapeuta eu fui me acalmando e adormeci.
Quando eu acordei, eu me sentia leve e em paz, como se realmente tivesse acabado de nascer. Tudo o que eu queria era meu pijaminha e a minha cama. Mas, confesso que fiquei surpresa quando percebi o peso de assumir tantas responsabilidades. Só então me dei conta da minha fragilidade.
Na segunda sessão eu já não senti mais as dores. No entanto, outros insights vieram. Desfilaram pela minha mente vários episódios da relação difícil com o meu pai, que eu julgava superados. Só que não.
Ao todo, fiz cinco sessões e na última, do início ao fim eu só senti leveza. Cheguei a me imaginar voando pela sala.
Além de me ajudar num momento extremamente crítico da minha vida, a Terapia do Renascimento me ajudou a ver que por mais resiliente que eu seja, preciso de ajuda para encarar as marcas que os momentos difíceis que deixam gravadas no meu ser.
Da mesma forma eu compreendi que as dores da alma quando não são encaradas e de alguma forma manifestadas, se expressam no corpo físico da pior maneira possível.
Nunca mais repeti a terapia, talvez por falta de oportunidade. Mas tenho certeza que naquele momento ela me foi muito útil e eficaz.
Certa vez, um popular psicanalista, que tinha programas em rádio e TV chegou a mencionar que uma sessão de renascimento equivale a dez anos de terapia. Talvez.
Apesar da sua eficácia a Terapia do Renascimento não deixa de ser uma terapia alternativa que precisa ser acompanhada por um terapeuta sério e responsável. Pra mim, foi super bom, mas sempre é aconselhável se informar e buscar boas referências antes de contratar um profissional.
Para saber mais:
http://www.rebirthing.com.br/como_funciona.html
http://renascimento.com.br/#curs
Veja também:
https://lotusrosa.com.br/category/alternativa-e-essencial/terapias-alternativas/